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O que eu gosto em um livro

17 jul

Não raramente, colegas e amigos recorrem a mim para recomendar (ou não) esse ou aquele livro. Não posso mentir que isso me deixa feliz e lisonjeada. Lisonjeada por alguém me considerar como algum tipo de referência em alguma coisa, e feliz por poder recomendar livros dos quais realmente gostei, ou poder descascar alguns que realmente não valem o tempo investido na leitura.

Mas certo dia, isso me fez pensar: e o que me faz gostar de um livro? Ou, talvez o mais importante, o que me faz detestá-lo? Conhecer nossos critérios de avaliação diz um bocado sobre nós mesmos. Então, cheguei, mais ou menos, a essas conclusões.

1. Linguagem

Talvez por força da profissão, um livro me ganha logo de cara se ele tiver algum trabalho interessante de linguagem. Costumo dizer que leio livros ruins se forem bem escritos, mas não consigo terminar um mediano/bom se não me interessar pelo trabalho de texto do autor. Isso pode soar meio elitista, mas eu penso que a leitura (com exceção daquelas obrigatórias) deve ser prazerosa. A utilização de metáforas, ou muitas vezes um jeito diferente de expressar esse ou aquele personagem, são coisas que me fazem ter o prazer de passar as páginas e chegar ao desfecho de um livro.

Exemplo disso pra mim é Stephen King, e até mesmo J. K. Rowling. King não é assim tão original nas suas tramas de terror; há elementos ali presentes em diversos livros dele, como a casa mal assombrada, o escritor com bloqueio criativo, o pequeno povoado isolado de tudo. Você não precisa ir até o fim para realmente saber como vai terminar. No entanto seu domínio de narrativa, de fechadas de capítulos (cliffhangers!) é muito bom. Dos livros que li dele, devorei quase todos. Mas não posso dizer, nem de longe, que são os melhores que li.

2. Personagens

Um livro ruim pode se salvar pelos seus personagens, se eles forem… cativantes o bastante. Personagens bons podem levar uma história ruim, em qualquer mídia. Quem nunca assistiu um filme ruim até o final para saber o destino de um personagem X? Isso, eu acredito, se dá por vários fatores, entre eles a identificação e a verossimilhança de um personagem conforme sua construção pelo autor.

Como o Batman, seja nos quadrinhos ou nos filmes (não os últimos do Nolan, devemos ressaltar). Cansei de contar os filmes sofríveis que o homem-morcego me fez passar, ou as histórias ruins das revistas mensais. Mas ele, na mão de escritores certos, tem tanto o que falar e identificar, que eu suporto, como toda fangirl.

Personagens ruins também podem comprometer um bom trabalho de escrita e de trama. Podemos tirar como exemplo o protagonista Shadow, de Deuses Americanos (Neil Gaiman; livro muito bom, por sinal): bidimensional, pouco motivado, que perto dos seus coadjuvantes, perde totalmente o brilho.

3. Ritmo

Ritmo narrativo, pra mim, é uma coisa difícil de explicar e definir. Nossa geração, no geral, é acostumada à fórmula de ritmo do cinema hollywoodiano (herói parte pra aventura, seja de bom grado ou de forma traumática – momentos de explicação e descoberta, onde o vilão é apresentado – evolução do herói – herói derrota grande mal, clímax da narrativa – epílogo), o que pode causar estranhamento quando lida com narrativas mais fragmentadas, ou que não seguem bem essa estrutura. Certamente esse não é meu problema.

Mas um livro, assim como qualquer outra mídia de entretenimento, precisa “se vender”. Então, por mais paciente que seja o leitor, ele não vai esperar até a página 150 de um romance de 430 páginas para “as coisas começarem a acontecer”. E esse é realmente um ponto importante para mim enquanto leitora. A narrativa pode ser cadenciada, lenta e quase se arrastando, mas é necessário que ela “ande”. Gosto de ter a ideia de que alcancei alguma coisa ao fim de um capítulo, ou de um arco de capítulos.

Um exemplo feliz nesse sentido é Patrick Rothfuss, autor d’As Crônicas do Matador do Rei. Ainda estou lendo o primeiro livro, O nome do vento, mas posso dizer que ele tem um bom personagem (que é um super-homem no sentido de que ele faz de tudo um pouco, mas ainda assim é humano o bastante), um ótimo trabalho de linguagem e um ritmo bem arrastado, mas que nos passa a impressão de que as coisas estão acontecendo, apesar de ter um início demorado.

4. Trama

Pra mim, a trama muitas vezes pode ser mediana para ruim, desde que os outros elementos estejam presentes. Claro que um livro bem escrito, com bons personagens, bem cadenciado e com uma trama bem feita e amarrada é um ótimo investimento de tempo e dinheiro, mas sou honesta em dizer que poucos são assim. Mesmo entre os meus livros preferidos eu posso citar pontos nos quais eles podiam ser melhores (porque eles sempre podem).

Não que a trama deva ser considerada como um elemento menor por qualquer autor, muito pelo contrário. Mas o fato é que eu, como leitora/espectadora, estou disposta a fazer vista grossa para pontos não tão importantes em uma história se outros aspectos me chamarem muito a atenção.

E vocês? Conseguem ler um livro mal escrito se ele tiver uma boa história? Quais elementos chamam a atenção quando avaliam um texto?

Nota

[Projetos 2012] Novo espaço literário

8 fev

Eu não disse que a literatura ia ganhar um novo espaço? Pois bem, cá estamos! Cliquem no nome meio grande aí embaixo e vocês vão chegar ao Almanacaria, projeto em conjunto com meu comparsa Mário Benevides (mais conhecido pr aí como Jagunço) e com a participação de Italo Curvelo, gângster de relativa reputação por aqui?

ALMANACARIA

Ainda estamos com algumas coisas do visual para acertar (como o banner, mas isso deu pra notar, né?), mas já estamos com algum conteúdo para vocês darem uma olhadona. Olhadinha não tem graça. 😉

Novo Banner! =)

1 jun

Então, como vocês podem ver, temos um novo banner. E para agradar ao público, temos meu alter ego e o alter ego do meu alter ego!

Ficaram confusos? Era essa a idéia! Há!

Confiram o desenho completo:

Tan dan!

E bem, eu esqueci de dizer, mas as cores quem fez foi meu amigo Aluízo, cuja galeria vocês podem ver aqui!

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